domingo, 15 de janeiro de 2006

Para não esquecer das coisas boas

08.01.2006
Um barulho no salão central chamou minha atenção. O que mais faz barulho aqui além de mim? Já no corredor senti uma brisa leve correndo mansa, trazendo para dentro o cheiro da terra molhada pela chuva que havia caído, da grama verde e das flores e árvores do lado de fora. Não foi surpresa ver a porta principal aberta quando cheguei no salão. Alguém lá fora acenava para mim, uma voz amiga me chamava a sair, e eu não recusei. Havia uma reunião no jardim, fiquei surpresa ao ver três ou quatro pessoas além da amiga que me chamava. Sentamos todas perto do lago e falamos como se fôssemos todas velhas conhecidas. Quase não notei que já não era noite, a luz da manhã envolvia nossa reunião. Tudo era leve naquele instante, as palavras fluíam cheias de graça, e em inusitadas taças bebíamos o riso fácil e sincero. Aos poucos as pessoas foram despedindo-se, tomando seus próprios caminhos, apenas aquela amiga ficou. Nem notamos que o dia todo já passara por nós, que já era noite de novo. A lua cheia nos iluminava enquanto a conversa continuava. Em meu íntimo eu perguntava por qual motivo deixei-me isolar dessa amizade tão boa, e não havia uma resposta, era natural para mim ficar sozinha. Conversamos sobre passado e presente, rimos juntas de alma aberta, como só podem fazer os amigos de verdade. Só quando a noite já ameaçava tornar-se madrugada nos permitimos despedidas. Sem a menor sombra de medo ou tristeza, porque as despedidas agora serão curtas, serão sempre "até breve".

1 Comentários:

Às 1:16 AM , Blogger Márcia Engel disse...

"Feliz encontro. Feliz partida. Feliz reencontro."
Grazi | Homepage | 13.01.06 - 9:35 pm | #

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Feliz de quem se despede sem o medo da ausência ou da perda.
Beijo grande e tenha uma ótima semana.
Até breve!
Gaúcho | Homepage | 08.01.06 - 11:41 pm | #

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Ólá

Seus textos são muito bons, parabens!
Voltarei para le-los á exaustão.

Estilos e eloqüências desafiam a vã ciência, a inútil procura formaliza o desencontro, quando descobrimos que o louco quando ri é são, perdemos o sentido da normalidade e nos promiscuímos de vez no aleatório de nossas ligações neurônicas.- Ilhas - Sara_evil

Boa tarde!
Sara_Evil...:) | Homepage | 08.01.06 - 6:27 pm | #

 

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