quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Idéia aleatória

Texto recém-escrito, praticamente uma cena solta.
Pensando bem, acho que perdi o jeito para a coisa =P
Enfim, está aí, sem título mesmo...

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Julia entrou em casa, trancou a porta e foi para a cozinha sem acender as luzes. A noite já era quase madrugada, dentro de apenas algumas horas Julia teria que acordar para mergulhar na rotina de mais um dia. Entrou na cozinha apenas para um lanche rápido antes de dormir, mas ao acender a luz todos seus pensamentos cessaram por um instante.
– Olá, Julia. – dise calmamente a mulher sentada à mesa, encarando Julia.
– Q-Quem é você? – gaguejou Julia, olhando diretamente para os profundos olhos negros que a fitavam.
– Acho que você sabe quem sou. Você esteve esperando esta visita.
Era verdade, Julia esteve esperando alguma coisa nos últimos dias. Nunca pensou que seria assim, que seria uma garota de cabelos longos e pele clara, sentada à mesa em sua cozinha. Julia sentou-se na cadeira diretamente em frente à sua visitante.
– Eu vou morrer? – a voz de Julia era apenas um sussurro.
– Todo mundo vai morrer um dia. Não estou aqui para isso. – a visitante falava casualmente, como se estivesse conversando um assunto qualquer sem muita importância.
– Então para quê você veio?
– Para te guiar. Sua alma foi avaliada, e seu destino foi traçado. Estou aqui para assegurar que você faça o que tem que fazer.
– Isso é absurdo! Não podem me julgar, ainda não vivi minha vida toda.
– Sua alma é como é, Julia, não vai mudar com o passar dos anos. E suas habilidades são necessárias agora.
– Que habilidades? – a voz de Julia não tinha a menor firmeza, ela sabia do que se tratava.
– Sua percepção, suas visões. Não finja que não sabe do que estou falando. – a visitante falou com um desdém que irritou Julia.
– Quem é você afinal? E o que quer de mim? O que é tudo isso?
– Pode me chamar de Éris. E isso tudo é a guerra entre o céu e o inferno, menina. A grande batalha acontece todos os dias, disputando constantemente as almas das pessoas. Você foi arrebatada por um dos lados, como eu fui um dia, e agora vai ser parte do exército.
– De qual lado? – a pergunta era desnecessária, ambas sabiam.
– Eu pareço um anjo para você?
– Oh, meu Deus... – sussurrou Julia, em absoluto desespero.
Éris riu desdenhosamente.
– Vá em frente, reze se quiser. Todo mundo acha que pode converter-se no último instante e salvar-se.
– Eu nunca fiz nada grave contra outra pessoa, eu não posso ter sido condenada...
– Todos os pecados te levam para o inferno, Julia. Deus é um velho moralista e arrogante, Ele não perde tempo com as súplicas dos malditos. E aceite logo, você nunca foi uma boa pessoa.
As lágrimas escorreram pelo rosto de Julia, a esperança silenciosamente se esvaiu. Quando ergueu os olhos, viu Éris olhando-se em um pequeno espelho antigo, arrumando o cabelo. Ao perceber o olhar de Julia, Éris encarou-a com um sorriso sombrio.
– Vaidade, meu pecado favorito. – Éris estendeu o braço, voltando o espelho para Julia.
Ao ver seu reflexo, Julia levantou-se bruscamente.
– Isso aí não sou eu!
– É sim, Julia, por baixo de todas as máscaras, essa é você de verdade. É essa a face que vou revelar em você.
– Você é louca...
– Talvez eu seja. E você também será quando terminarmos.

1 Comentários:

Às 8:49 AM , Blogger Destino dos Perpétuos disse...

Clap, clap, clap, clap, consecutivos até se tornar insuportáveis...!

Muito bom...!

 

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