quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Nada a declarar

Reclamaram que eu não estou postando com muita freqüência. O que posso fazer? Não tenho nada de interessante a dizer.
Não quero chegar aqui e desfiar minhas amarguras, até disso eu já enjoei.
Meio mundo se declara meu amigo... são daqueles amigos que dizem "oi, tudo bem?", mas não querem a resposta de verdade, só querem um "tudo e você?" sem significado nenhum. Estou cansada disso.
Estou enjoada de ter que ser legal e simpática com todo mundo. Estou tão sozinha quanto sempre estive, e isso não é algo que me deixa de muito bom humor, sabe...
Então, para encher lingüiça com algo mais agradável, a letra da música que não sai da minha cabeça no momento.

Peixe Vivo
Milton Nascimento

A minha alma chorou tanto,
que de pranto está vazia
Desde que aqui fiquei,

sem a sua companhia
Não há pranto sem saudade
nem amor sem alegria
É por isso que eu reclamo
dessa sua companhia

Como pode um peixe vivo
viver fora da água fria?
Como poderei viver
Como poderei viver
Sem a sua, sem a sua
sem a sua companhia?
Sem a sua, sem a sua
sem a sua companhia?

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

"Meu querido diário"

Duvidamos, mais do que devíamos, do sentido de ordem que a vida parece exigir.
Acreditamos piamente que somos a exceção, que estamos á margem da correnteza da vida que arrasta todos pra um mesmo caminho, nem bom, nem ruim.
Boas partes das minhas indagações são acerca do sentido da vida, não tão profundas a ponto de situar a humanidade no grande contexto universal. No começo era pelo menos situar a mim no grande contexto universal. Durou pouco essa pretensão, então tentei em termos bem mais modestos me situar no micro. Em como a vida me afeta e me leva por caminhos que antes eu sequer imaginaria que percorreria.
Tem algo de mágico nisso. É fascinante como tudo é tão a mesma coisa e pode ao mesmo tempo ser fascinantemente imprevisível.
Já não posso mais dizer com toda certeza o que espero ou não do futuro.
Não direi mais que sou solteiro convicto. Não direi mais que não terei filhos. Não direi mais que estarei morto antes dos 60 ou que estarei apostando corridas de cadeira de rodas aos 70.
Não terei certeza sempre de quem sou, muito menos de quem deixarei de ser.
Agarro à idéia agora de que somos mutantes. De que evoluímos ou involuímos de acordo com a força da correnteza e dos troncos e pedras no caminho.
Hoje eu trilho o caminho de maneira diferente. Sem saber pra onde me leva, sem esperar que me leve a um lugar específico. Sem me preocupar quando ela termina, mas de olhos atentos, sempre.
Conclusão imperfeita:
Aceitar que a correnteza me leva assim como aos outros não quer dizer que me tira a individualidade. Acho que acabei perdendo pelo caminho a idéia de que eu ou qualquer outra pessoa tem a capacidade de ir para onde quiser.

Desculpem o post "zen... sentido"
Mas eu também nunca prometi que meus posts fariam sentido. Loucos podem se isentar de qualquer compromisso com isso. :)